Cremers participa de audiência no MPE para discutir superlotação de emergências em Porto Alegre e Região Metropolitana
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) participou, nesta quarta-feira (19), de mais uma audiência no Ministério Público Estadual (MPE) para discutir a superlotação das emergências em Porto Alegre e na Região Metropolitana. O Conselho foi representado pela corregedora Márcia Vaz e pela procuradora Michele Milanesi.
A audiência deu continuidade ao Procedimento de Apuração Preliminar (PAP) em andamento na Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos. O encontro foi conduzido pelos promotores do MPE Mauro Souza e Márcia Rosana, além da procuradora da República Suzete Bragagnolo, e reuniu representantes de hospitais públicos e privados, o secretário de Saúde de Porto Alegre, Fernando Ritter, e entidades da área da saúde. O Governo do Estado não enviou representantes para a audiência.
Durante a reunião, foram apresentados dados sobre a ocupação de leitos de emergência na capital e na Região Metropolitana, bem como os desafios enfrentados pelos serviços de saúde devido à superlotação. Entre as alternativas discutidas para mitigar o problema, destacou-se a implementação da contrarreferência impositiva, que prevê o encaminhamento obrigatório de pacientes atendidos em serviços de alta complexidade (como emergências e hospitais de grande porte) de volta aos serviços de menor complexidade em suas cidades de origem, quando possível. Atualmente, parte significativa dos atendimentos nas emergências de Porto Alegre envolve pacientes vindos do interior e da Região Metropolitana.
Sobre essa proposta, Vaz destacou que a superlotação das emergências está diretamente relacionada à falta de estrutura na atenção básica à saúde. “São pacientes que já buscaram atendimento três, quatro vezes em uma Unidade Básica de Saúde e tiveram sua condição clínica agravada. Precisamos olhar para essa situação além dos números de leitos em emergências, pois elas continuarão superlotadas se não tratarmos do problema desde a sua origem”, afirmou. A corregedora também afirmou que não podemos esquecer da dimensão humana da questão, e não avaliar apenas os números.
Confira aqui a matéria publicada sobre a audiência realizada em dezembro de 2024, que também abordou essa temática.
Texto: Clarice Passos
Edição: Viviane Schwäger
Cremers apoia luta pelo reajuste na tabela das perícias judiciais
O presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, recebeu, na tarde desta quinta-feira (20), o presidente da Associação dos Peritos da Justiça do Trabalho do Rio Grande do Sul (Apejust), Evandro Krebs. Em pauta, a tabela dos honorários para profissionais de diversas áreas que atuam como peritos junto às justiças Federal e Estadual. “No caso da Justiça Federal, a tabela não sofre reajuste desde 2007, e a defasagem já é de mais de 300%”, explicou Krebs. Os valores praticados pela Justiça Estadual estão ainda mais defasados, o que leva a um acúmulo de avaliações atrasadas – caso das perícias médicas, que vem sendo denunciado pelo Cremers desde o final do ano passado.
Krebs informou que há uma reunião marcada para o mês de março, em Brasília, em que uma comissão criada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) promete analisar um estudo realizado junto com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) para atualização desta tabela. “O Cremers será parceiro desta demanda da Apejust porque considera que os honorários para perícias médicas no Rio Grande do Sul são aviltantes”, justificou Trindade. Atualmente, apenas na área da psiquiatria, existem mais de três mil pedidos de perícia não atendidos por falta de médicos interessados devido aos baixos valores pagos. No âmbito da 4ª Região (Justiça Federal), a demanda média de perícias varia de seis a oito mil por mês.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
Porto Alegre terá semana de conscientização para o checkup vascular
Porto Alegre deverá sediar, na terceira semana de agosto, a primeira edição da Semana de Conscientização para o Checkup Vascular. A proposta foi levada à Câmara Municipal da capital pelo cirurgião vascular Régis Angnes, conselheiro do Cremers. A vereadora Comandante Nádia, presidente da casa, deu sinal positivo à iniciativa. “Será uma grande oportunidade para conscientizarmos a população da importância dos cuidados preventivos da saúde vascular”, justificou a parlamentar. A comitiva também foi formada pelo presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade, e Luciano Domingues, presidente da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular – Regional RS (SBACVRS).
A ideia é usar o Dia do Cirurgião Vascular (15 de agosto) como referência para a realização de um mutirão de diagnósticos, através de exames de imagem gratuitos em pontos de grande afluência, de forma a alertar as pessoas para a importância do diagnóstico precoce da situação vascular. “Um exame simples, efetuado no momento certo, pode evitar que o paciente desenvolva vários tipos de doenças, que vão do aneurisma ao AVC”, explicou Angnes. A vereadora Comandante Nádia se comprometeu a apresentar projeto de Lei propondo a inclusão da Semana de Conscientização para o Checkup Vascular no calendário oficial da prefeitura.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
Desafios no ensino de Medicina no RS foram o tema do segundo ZH Talks
O futuro da educação médica no estado foi o tema do segundo encontro Zero Hora Talks, promovido pelo Cremers em parceria com o jornal Zero Hora. Com mediação da jornalista Rosane de Oliveira, o debate contou com a presença do presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade; do presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Sandro Schreiber; e do presidente da Attitus Educação, Eduardo Capellari.
O evento apresentou um panorama da educação médica no estado – um assunto que interessa não só à comunidade médica, mas à sociedade como um todo. Foram abordadas a proliferação de faculdades de Medicina, a qualidade da formação oferecida por essas instituições e a possibilidade de uma prova de proficiência para recém-formados, além das consequências da formação de profissionais em excesso e a falta de vagas na residência médica.
Trindade ressaltou a importância de a sociedade se engajar na discussão sobre a educação médica. “Não precisamos de mais médicos, mas de qualificar cada vez mais a nossa assistência e formar melhores profissionais que atendam às necessidades sociais de áreas específicas”, afirmou. Ele também destacou a discrepância entre o número de médicos atuantes no estado — comparável ao de países desenvolvidos — e a realidade percebida pela população no seu dia a dia.
De acordo com Schreiber, responder à pergunta sobre a quantidade ideal de médicos no Brasil é extremamente complexo, dado o contexto continental do país, o direito universal à saúde e a coexistência de dois sistemas de saúde. “Não há nenhum país no mundo que tenha um sistema de saúde universal como o nosso, com uma população de mais de 200 milhões de pessoas, além da dualidade do sistema público e privado”, explicou.
Outra questão levantada foi a necessidade de interiorizar os médicos, já que faltam profissionais em cidades menores do estado. “Apesar de termos mais médicos formados nos últimos anos, ainda existe uma grande concentração nas capitais”, declarou Capellari. Ele completou questionando as condições de trabalho nas cidades menores, e se a maneira como os cursos são autorizados está adequada para enfrentar os desafios de distribuir profissionais onde são necessários.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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NOTA AOS MÉDICOS E À SOCIEDADE GAÚCHA
Em Rio Grande, mais um caso de médicos que estão sem receber da empresa terceirizada contratada pelo município para operar as unidades de saúde. Na região do Carvão, pressão dos prefeitos para que o MEC aprove mais um curso de Medicina. Qual a ligação entre esses dois fatos? Os gestores municipais estão tentando transferir a responsabilidade pela crise na saúde – e parte das consequências dela – para os menos culpados: os médicos.
O Cremers vem a público, uma vez mais, manifestar repúdio às atitudes demagógicas de quem acha que é possível resolver uma crise criando outra. Acreditar que o problema do atendimento à população pode ser solucionado formando mais médicos é o mesmo que imaginar que a falta de dinheiro possa ser resolvida com a impressão de mais moeda. Em ambos os casos, tudo o que se obtém é a desvalorização e o descrédito.
A crise no sistema público de saúde se resolve com mais gestão, não com mais médicos. O Rio Grande do Sul, por exemplo, é o segundo estado na proporção de médicos x população e, mesmo assim, tem-se testemunhado diariamente dezenas de casos de municípios em que esses profissionais estão trabalhando sem receber. Como é possível acreditar que, se não se consegue pagar os médicos que já estão trabalhando, será possível arcar com os custos daqueles que deixarão as novas faculdades com um diploma na mão?
O Cremers acredita e trabalha para que sejam formados médicos cada vez melhores. Cabe à sociedade fazer o mesmo, votando e fiscalizando seus eleitos para que se tenham melhores gestores. Essa, sim, é a única saída para a crise em que se encontra.
Eduardo Neubarth Trindade
Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul
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Cremers propõe fiscalizações conjuntas com Câmara de Porto Alegre
Em audiência na tarde desta terça-feira (18) com a presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereadora Comandante Nádia, o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, propôs a realização de fiscalizações conjuntas com o parlamento do município nas unidades de saúde de Porto Alegre.
“Tal qual os vereadores, a função primordial do Conselho é a de fiscalização. No nosso caso, do trabalho do médico. Só que isso é feito de uma forma a não expor os profissionais e nem prejudicar ou colocar em risco os pacientes. Por isso, estamos nos propondo a acompanhar os nossos representantes no parlamento nessas vistorias”, explicou.
A proposta foi bem recebida pela presidente do legislativo municipal. “Acho uma ideia excelente e torna essas fiscalizações não apenas mais eficientes, mas também mais efetivas, já que são os médicos quem melhor podem avaliar a qualidade do serviço de saúde que está sendo prestado”, afirmou a vereadora Comandante Nádia, que já alinhou com a presidente da Comissão de Saúde da Câmara, vereadora Tanise Sabino, a realização de uma reunião para o planejamento destas fiscalizações.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
Ex-ministro do governo Temer faz palestra a conselheiros do Cremers
O ex-ministro do governo Temer e ex-deputado federal Carlos Marun foi o palestrante da noite de segunda-feira, 17, na sessão plenária extraordinária do Cremers. Ele falou sobre a atual conjuntura, as pautas específicas que envolvem a Medicina e outros assuntos relacionados ao contexto político nacional. “Uma das grandes dificuldades que as lideranças das entidades gaúchas estão enfrentando, atualmente, é a perda da representatividade nas principais instâncias de poder em Brasília. Nós não temos mais um ministro gaúcho, nem representantes no Supremo ou no STJ, nem no comando da Câmara ou do Senado há alguns anos”, explicou Marun.
O ex-parlamentar também falou sobre o impacto do Programa Mais Médicos e outros temas diretamente ligados ao exercício da Medicina, e sobre como esses assuntos podem ser encaminhados politicamente no contexto da Capital Federal. “O ideal seria formar uma força-tarefa suprapartidária, a exemplo do que fazem outros setores de interesse, propondo o congelamento da criação de novos cursos de Medicina e estabelecendo um controle junto ao MEC do fluxo destas propostas”, sugeriu.
Marun lembrou que o próprio presidente da Câmara Federal, o deputado Hugo Motta, é médico, o que pode ajudar na condução destes assuntos. Mas alertou: “Faculdade de Medicina é um negócio. E esse negócio ainda vai piorar. A boa notícia é que, como todo negócio, está sujeito a um processo de seleção natural. As ruins vão naturalmente desaparecer”, previu.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
Lentidão nas consultas e cirurgias eletivas é a maior queixa dos pacientes
Um dos assuntos que concentraram a atenção na primeira edição do ZH Talks foi o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Pesquisa de Opinião (IPO). O estudo indica que 40% dos entrevistados se mostravam insatisfeitos com a lentidão nos atendimentos, especialmente com o tempo de espera para consultas com especialistas e cirurgias eletivas.
Os debates concentraram-se na busca de soluções para agilizar os atendimentos e otimizar o uso de recursos, com a intenção de reduzir filas e melhorar o acesso dos cidadãos ao sistema de saúde. “No Rio Grande do Sul, enfrentamos o problema da terceirização das equipes de saúde, que se reflete na precarização da atividade médica, obrigando os profissionais, muitas vezes, a trabalhar sem receber salários”, lamentou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
O painel ZH Talks fez parte do projeto Saúde 2035 do Cremers, que estuda soluções para a assistência e para a Medicina nos próximos dez anos.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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Dependência do SUS é um dos grandes gargalos da saúde no Estado
Durante o primeiro painel ZH Talks, realizado no final do mês de outubro, foram apresentados dados que refletem as dificuldades enfrentadas pelo setor de saúde. A principal delas é a excessiva dependência do Sistema Único de Saúde.
No caso do Rio Grande do Sul, o levantamento apresentado durante o evento revelou que cerca de 43,7% dos gaúchos dependem exclusivamente do SUS. “Um percentual de quase metade da população depender do financiamento público da saúde é um desafio e tanto para o estado e para as prefeituras, assim como para os hospitais e os profissionais de saúde – em especial, os médicos”, afirmou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
O painel ZH Talks fez parte do projeto Saúde 2035 do Cremers, que estuda soluções para a assistência e para a Medicina nos próximos dez anos.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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Novos médicos receberão carteira profissional em cerimônia no Cremers
O Cremers voltará a entregar as carteiras profissionais aos novos médicos formados no Rio Grande do Sul em solenidade realizada na sede da autarquia, em Porto Alegre. A cerimônia, realizada regularmente até 2020, foi descontinuada em decorrência da pandemia. Nos últimos anos, a entrega do documento era feita de forma administrativa.
“A retomada do ato é um reconhecimento à importância do momento para os novos médicos, suas famílias e a comunidade. É o final de um ciclo e o início de uma nobre carreira, que exige dedicação, aperfeiçoamento e ética”, justifica o presidente do Cremers Eduardo Neubarth Trindade.
A expectativa é pela presença de cerca de 100 novos médicos e seus familiares e amigos. A solenidade está marcada para o dia 19 de fevereiro, a partir das 19 horas, no auditório localizado na Rua Bernardo Pires, 415, no Bairro Santana.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Sílvia Lago