Ação do Cremers leva gestores a tomar providências em hospital de Torres
A rápida ação do Cremers, que culminou em nota oficial, emitida no sábado (1º), denunciando falta de médicos no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, forçou a administração da instituição a buscar solução para o problema.
Já na segunda-feira (3), uma comitiva da IBSaúde, empresa que tem contrato com o governo do Estado para gerir o hospital, reuniu-se com o prefeito Delci Dimer para tratar da escala dos pediatras.
No dia seguinte (4), foi a vez da IBSaúde reunir-se com vereadores locais, na Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Torres. Os gestores do hospital alegaram os atrasos nos repasses do Estado como justificativa para o não pagamento dos médicos, o que levou à crise no atendimento do Nossa Senhora dos Navegantes, hospital referência na região.
“O Cremers, mais uma vez, agiu no momento exato, buscando garantir a seriedade na prestação do serviço de saúde, a dignidade dos profissionais médicos e a integridade dos pacientes”, afirmou o presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Sílvia Lago
Cremers discute caminhos para a reconstrução da estrutura de saúde do Rio Grande do Sul
O Cremers promoveu, ao longo de 2024, em parceria com o jornal Zero Hora, o Painel Zero Hora Talks. Reunindo representantes do setor público, entidades empresariais e hospitais filantrópicos, a série de eventos integrou a iniciativa Saúde 2035, que discute os desafios da assistência no estado e propõe soluções práticas e viáveis visando a próxima década.
Na primeira edição, no final de outubro, o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, destacou a importância da colaboração entre o Conselho e os governos municipais e estadual para o desenvolvimento de políticas públicas de longo prazo voltadas para a saúde. Segundo Trindade, o foco deve ser a criação de um sistema de saúde mais eficiente e acessível, capaz de responder melhor às demandas da população. Ele considera especialmente importantes os impactos no cenário pós-enchentes, em que o sistema foi bastante afetado, e pós-pandemia, em que a demanda reprimida causou sérios atrasos em tratamentos.
Durante o painel, foram apresentados dados que refletem as dificuldades enfrentadas no setor: cerca de 43,7% dos gaúchos dependem exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, uma pesquisa mostrou que 40% dos entrevistados relataram insatisfação com a lentidão nos atendimentos, especialmente no tempo de espera para consultas com especialistas e cirurgias.
Os debates concentraram-se na busca de soluções para agilizar os atendimentos e otimizar o uso de recursos, com a intenção de reduzir filas e melhorar o acesso dos cidadãos ao sistema de saúde em todos os níveis.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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Cremers participa de instalação de Frente Parlamentar que trata de doenças dermatológicas
O conselheiro Gustavo Corrêa representou o Cremers na cerimônia de instalação da Frente Parlamentar de Combate às Doenças Crônicas e Autoimunes da Pele, da Assembleia Legislativa do RS, nesta quarta-feira (12). A ocasião contou com a presença de médicos especialistas, pacientes e representantes do poder público, de universidades e de entidades envolvidas com essas doenças.
O objetivo da Frente Parlamentar é promover políticas que facilitem o acesso de pacientes ao diagnóstico precoce e a medicamentos, além de combater o estigma sofrido por pessoas com condições como psoríase, vitiligo, dermatite atópica e hidradenite supurativa.
“Algumas dessas doenças são incapacitantes, além de gerar impacto psicológico nos pacientes. Até alguns anos, havia poucas opções de tratamento, e com muitos efeitos adversos. Essas políticas podem promover uma grande mudança na vida dos pacientes. É importante que eles vejam essa luz no fim do túnel, o que torna a Frente um marco na dermatologia”, refletiu Corrêa.
Texto: Viviane Schwäger
Edição: Sílvia Lago

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Cremers entrega ao MPT dossiê sobre médicos que trabalham sem receber
Um dossiê com dezenas de casos de médicos que estão trabalhando sem receber seus honorários foi entregue pelo presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, à procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho, Denise Maria Schellemberger Fernandes. O encontro aconteceu na tarde desta quarta-feira (12), em Porto Alegre.
O documento reúne denúncias de médicos de diversas regiões do estado, principalmente de municípios da Grande Porto Alegre, onde os serviços de saúde são prestados por empresas terceirizadas.
“As empresas são licitadas pelas prefeituras, contratam os médicos, recebem o dinheiro público pela prestação do serviço, mas não repassam os recursos para os profissionais”, explicou Trindade, que estava acompanhado da conselheira Maria Fernanda Detanico e do procurador do Cremers, Bernard Rodrigues Netto.
A procuradora afirmou ter conhecimento dos casos pela imprensa. “Vamos abrir um expediente ou, caso haja algum aberto por outro colega, daremos seguimento à ação”, afirmou Fernandes.
O presidente do Cremers lembrou que, mesmo não podendo atuar diretamente na questão, por não ser atribuição do órgão, o Conselho tem dever de buscar solução para os médicos prejudicados. “Os profissionais têm receio de responder eticamente em caso de não comparecimento ao serviço. Então, seguem trabalhando sem receber”, justificou Trindade.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Sílvia Lago
Cremers aciona MPE contra nova faculdade de Medicina de Caxias do Sul
Após publicação de Nota de Repúdio dos alunos da primeira turma do curso de Medicina da Faculdade da Serra Gaúcha (FSG) denunciando quebra de promessa de financiamento privado por parte da instituição de ensino, o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) oficiou o Ministério Público Estadual e o Procon-RS para que providências sejam tomadas. A FSG também foi acionada para que sejam preservados os direitos dos estudantes.
No documento, os acadêmicos relataram que optaram pela FSG pela possibilidade de financiamento do curso, que tem um alto custo. Segundo os alunos, a promessa foi um fator determinante para a decisão, “influenciando diretamente planos pessoais, financeiros e familiares”.
“A FSG, além de descumprir compromisso realizado no momento da matrícula, brinca com a realização de um sonho – a formação em uma carreira nobre como a Medicina, que envolve, muitas vezes, o comprometimento financeiro de toda a família”, explicou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
Provocado pelo Cremers, o Ministério Público Estadual de Caxias do Sul poderá ajuizar ação coletiva de consumo contra a FSG, para garantir os direitos dos alunos.
“Não podemos permitir o avanço de escolas médicas com interesse exclusivamente pecuniário. Vamos continuar atuando contra a precarização da formação médica e contra a abertura desenfreada de vagas e cursos de Medicina”, ressaltou Trindade.
Texto: Sílvia Lago
Edição: Clarice Passos
NOTA AOS MÉDICOS E À COMUNIDADE GAÚCHA
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) recebeu com surpresa e indignação o anúncio de vestibular para novo curso de Medicina em Getúlio Vargas (RS).
A Faculdade Ideau, que anunciou a seleção, fica a menos de 50 km de distância de um dos principais polos de ensino do estado – Passo Fundo –, que já conta com três escolas médicas.
O Cremers não ficará inerte frente a mais este avanço do interesse exclusivamente pecuniário sobre a qualidade da formação médica no RS.
Temos atuado junto ao CFM, ao MEC e à Justiça Federal em todas as tentativas anteriores de abertura de cursos e vagas de Medicina no estado, e vamos continuar lutando contra a banalização da formação médica.
A judicialização é um caminho legítimo, mas tem encontrado dificuldades: todas as ações impetradas pelo Cremers têm sido encaminhadas para a mesma vara, em Brasília, resultando invariavelmente em decisões idênticas. Decisões que têm sido contrárias aos interesses da sociedade, que é a mais prejudicada pela crescente desqualificação dos cursos de Medicina.
Os médicos não podem ficar solitários nesta batalha.
O Cremers conclama toda a sociedade gaúcha a se mobilizar contra este atentado à boa formação médica. Temos reiterado que o problema da saúde no país, e no Rio Grande do Sul em especial, não passa pela falta de médicos, mas sim pela falta de estrutura e financiamento.
Porto Alegre, 11 de fevereiro de 2025.
Eduardo Neubarth Trindade
Presidente do Cremers
SAÚDE 2035: Maioria acredita que hospital-escola é essencial para a boa formação médica
Um dos principais debates da atualidade, na área da saúde, é o que diz respeito à qualidade do ensino médico. O Cremers tem se dedicado permanentemente ao combate à abertura indiscriminada de novos cursos por acreditar que os existentes, assim como o percentual de profissionais em relação à população, são plenamente compatíveis a um atendimento adequado.
O estudo realizado pelo Instituto Méthodus confirmou esta impressão, apontando que a qualidade do ensino universitário de Medicina, na cidade específica do entrevistado, foi considerada boa e ótima para 68%. Já para cerca de 92% dos pesquisados, a existência de um hospital-escola para formação dos profissionais é considerada essencial. “Não há como preparar um bom profissional sem uma estrutura adequada. Não é uma questão de ter o diploma. É uma questão de ter o preparo necessário”, explica o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
O levantamento faz parte da iniciativa Saúde 2035 do Cremers, que busca apontar caminhos para a assistência e para a Medicina nos próximos dez anos.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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SAÚDE 2035: Em se tratando de médicos, população prefere qualidade ao invés de quantidade
Uma das principais polêmicas da saúde no Brasil, hoje em dia, é a ideia de que formar médicos em grande quantidade, sacrificando a qualidade dos profissionais, resolveria o problema da assistência à saúde. O levantamento realizado pelo Instituto Méthodus para o Cremers revela que a população tem uma opinião bem definida sobre o que considera mais importante: mais médicos ou médicos melhores.
O estudo faz parte da iniciativa Saúde 2035 do Cremers, que busca apontar caminhos para a assistência e para a Medicina nos próximos dez anos.
Para quase 90% dos entrevistados, a formação de médicos altamente qualificados deve ser priorizada, ainda que resulte em um número menor de profissionais disponíveis. Na mesma linha, mais de 76% dos questionados afirmam ser fundamental que o profissional de Medicina tenha seu diploma revalidado pela lei brasileira.
Por fim, 92% acreditam que os governos deveriam investir mais nas escolas de Medicina já existentes, ao invés de abrir novas faculdades. “Isso apenas comprova que nós, no Cremers, estamos no caminho correto ao fiscalizar, de maneira permanente, tanto a qualidade dos cursos de Medicina das nossas universidades quanto as iniciativas de abertura de novas escolas”, afirma o presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger
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Cremers recebe dirigentes da Abramede para discutir casos de violência contra médicos
O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) recebeu, nesta sexta-feira (7), representantes da Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) para discutir os recentes casos de violência contra médicos dentro de unidades de saúde e a necessidade de modernização das resoluções que regulamentam a especialidade.
Participaram da reunião o vice-presidente do Cremers, Luiz Carlos Diniz Barradas; a presidente da Abramede, Ana Paula Freitas; e o primeiro-tesoureiro da entidade, Felipe Gonçalves.
Durante o encontro, Freitas destacou a preocupação da categoria com a crescente violência dentro das emergências, agravada por uma “epidemia” de vereadores que entram nas unidades de saúde para gravar vídeos sensacionalistas para redes sociais expondo e fazendo acusações contra os profissionais.
“Isso gera grande insegurança para os médicos e impacta diretamente no atendimento à população”, afirmou. A presidente da Abramede também destacou que a regulamentação da medicina de emergência é antiga e foi criada antes do reconhecimento da especialidade, o que evidencia a necessidade de revisão e atualização das normativas.
Barradas enfatizou que, embora vereadores tenham o direito de fiscalizar os serviços de saúde, a fiscalização do exercício da Medicina é uma atribuição do Conselho. “O médico não pode ser perturbado enquanto exerce sua profissão nem os pacientes podem ter sua intimidade exposta”, ressaltou. O vice-presidente também concordou com a necessidade de nova regulamentação para a especialidade e reforçou o interesse do Cremers em trabalhar em parceria com a Abramede.
Como encaminhamentos da reunião, Cremers e Abramede decidiram atuar conjuntamente em campanhas de comunicação educativas e buscar o Poder Legislativo no sentido de criar regramento para as fiscalizações realizadas em estabelecimentos de saúde.
Também participaram do encontro a procuradora do Cremers, Carla Bello, e a coordenadora da Assessoria de Comunicação, Sílvia Lago.
Texto: Clarice Passos
Edição: Sílvia Lago
Temos presos demais ou médicos de menos?
Eduardo Neubarth Trindade
*Doutor em Medicina e presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers)
O filósofo alemão Immanuel Kant ensina que “não enxergamos a realidade tal como ela é, mas sim conforme os filtros da nossa percepção. Nossa compreensão do mundo não é um reflexo puro dos fatos, mas o resultado de como organizamos e interpretamos as informações ao nosso redor”. Você já deve ter ouvido, em diversas ocasiões, que temos presos demais no Brasil. E que o super encarceramento seria uma das causas do aumento da violência nas grandes cidades.
Você provavelmente também já ouviu que a crise na saúde pública do Brasil decorre da falta de médicos. E que, para resolver o problema, teríamos que formar cada vez mais profissionais, mesmo que isso signifique, em algum momento, abrir mão da qualidade em nome da quantidade. Interessante.
E se eu disser que a diferença entre a população carcerária e o número de médicos no Rio Grande do Sul não lotaria a maior parte dos auditórios onde semestralmente se formam centenas de novos profissionais? Segundo dados de 2024, o estado tem 45.700 detentos. E mais de 40.000 médicos. No entanto, a percepção é de que temos muitos presos e poucos médicos.
Sem entrar no mérito de avaliar se estamos, como sociedade, prendendo demais, já que não tenho conhecimento para tal conclusão, afirmo com convicção que, definitivamente, não temos médicos de menos. O que precisamos é de maior investimento na formação médica. Melhor planejamento dos gestores públicos. E melhor prevenção no saneamento e na atenção básica.
Formar melhores profissionais é, não apenas necessário pelo viés da boa prática da Medicina, mas também economicamente melhor para o país, já que um profissional mais capacitado é capaz de diagnósticos mais precisos, que provocam menos retrabalho e exames desnecessários.
Ao resolver essa equação, prestando melhor serviço de saúde à população, vamos descobrir que isso pode resultar em um efeito colateral surpreendente: a redução da massa carcerária, pois onde a presença do Estado leva a dignidade por uma porta, a violência sai pela outra.
Ah… A resposta para a pergunta que inspirou este artigo? É uma questão de percepção. Qual é a sua?