Sábado é de vacinação para os médicos de Porto Alegre registrados no Cremers
Os médicos moradores de Porto Alegre e registrados no Cremers têm a oportunidade de receber a primeira dose da vacina contra a Covid-19 neste sábado (6). A iniciativa é resultado de parceria entre a autarquia federal e a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital, que disponibilizou 1,5 mil doses da AstraZeneca/Oxford para imunização dos profissionais.
A mobilização para vacinação dos médicos começou no início da noite de quarta-feira (3), quando o Cremers abriu o pré-cadastramento dos médicos interessados em receber a vacina. Até o meio-dia de sexta-feira (5), foram recebidas 1.711 manifestações de interesse de médicos residentes em Porto Alegre e, de preferência, que não fazem parte de Corpo Clínico hospitalar. Médicos com mais de 60 anos tiveram prioridade, conforme os critérios de imunização estabelecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
O Cremers estruturou, em um de seus auditórios, na sede em Porto Alegre, três guichês de vacinação. Todas as medidas de segurança sanitária foram respeitadas. Até o início da tarde de sábado (6), foram imunizados cerca de 500 médicos. A organização, que contou com o trabalho de funcionários e conselheiros da autarquia, permitiu que todos fossem atendidos com agilidade.
O médico psiquiatra Gustavo Soares fez questão de registrar o momento, mostrando a carteira de vacinação. “Está tudo muito organizado, desde o início do processo”, relatou. A anestesiologista e professora de Farmacologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Maria Beatriz Ferreira, foi uma das primeiras a receber a vacina e ficou satisfeita com a rapidez e a agilidade do atendimento.
A segunda dose da vacina AstraZeneca/Oxford deve ser aplicada em 12 semanas. No entanto, a organização do posto avançado na sede do Cremers depende da disponibilização de vacinas por parte da SMS.
Mutirão
Outras entidades também foram mobilizadas para a vacinação de profissionais da Saúde em Porto Alegre. Ao todo, a SMS disponibilizou 12 mil doses das vacinas CoronaVac e AstraZeneca/Oxford, que foram distribuídas em cinco pontos: Cremers, Simers, Amrigs, Conselho Regional de Odontologia (CRO-RS) e Associação Brasileira de Odontologia (ABO-RS).
Ampla vacinação
Conforme acordado com a SES, em reunião no dia 29 de janeiro, o Cremers está organizando uma relação de médicos que ainda não foram vacinados. A lista será encaminhada às secretarias da Saúde dos municípios gaúchos para que os gestores municipais organizem a imunização dos profissionais do interior, seguindo os critérios de prioridades determinados pela SES.
O objetivo é contribuir para que todos os médicos tenham acesso à vacinação, promovendo a ampla imunização dos profissionais que não pertencem a Corpo Clínico hospitalar, ou seja, que atuam em consultórios e clínicas.
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Cremers busca ampla vacinação contra Covid-19 para médicos do Rio Grande do Sul
Médicos devem responder se foram vacinados entrando no Espaço do Médico até segunda (8)
Conforme acordado com a Secretaria de Estado da Saúde (SES), em reunião no dia 29 de janeiro, o Cremers está organizando uma relação de médicos que ainda não foram vacinados. A lista será encaminhada às secretarias municipais da Saúde do Rio Grande do Sul para que os gestores municipais organizem a imunização dos profissionais do interior, seguindo os critérios de prioridades determinados pela SES.
O objetivo é contribuir para que todos os médicos tenham acesso à vacinação, promovendo a ampla imunização dos profissionais que não pertencem a Corpo Clínico hospitalar, ou seja, que atuam em consultórios e clínicas.
“Queremos que a vacinação atinja também os profissionais da ponta, aqueles sem vínculo a hospitais ou unidades de Saúde que atendem à Covid-19. Eles também precisam estar imunizados para atender adequadamente à população”, justificou o vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade.
Até segunda-feira (8), os médicos registrados no Cremers que entrarem no site do órgão (cremers.org.br), no Espaço do Médico, poderão responder a um breve questionário indicando se já foi imunizado e se pertence ou não a Corpo Clínico hospitalar. Esse questionário será utilizado para a organização da listagem a ser enviada à SES.
A recomendação do governo do Estado para a estratificação dos grupos prioritários dos trabalhadores da Saúde segue cronograma do Conselho das Secretarias de Saúde do Estado (Cosems). Desde o primeiro dia de vacinação (18 de janeiro), a SES divulga o ordenamento de prioridades que ocorre de acordo com a quantidade de doses recebidas e sua logística de distribuição.
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Cremers participa de reunião do COE-RS
O conselheiro do Cremers, Fabiano Nagel, representou a autarquia, na manhã desta sexta-feira (5), na reunião do Centro de Operações de Emergências (COE) do Rio Grande do Sul, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (SES).
O encontro foi coordenado pela secretária da Saúde, Arita Bergmann, e contou com a presença de representantes dos conselhos regionais de Enfermagem (Coren-RS) e Farmácia (CRF-RS) e do Ministério Público Estadual (MP-RS), entre outras entidades.
Os temas discutidos foram a vacinação no Rio Grande do Sul, o retorno às atividades escolares e o perfil genotípico das infecções por Covid-19.
O Rio Grande do Sul está entre os três estados com mais testes de identificação genotípica realizados no Brasil.
Confira aqui os dados sobre genotipagem da Covid-19 no RS e no Brasil
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Vídeo sobre idosa morta após tomar vacina é de 2018 e imunizante não foi a causa do óbito
*Reprodução de Aos Fatos.
É de 2018, não atual, um vídeo em que é noticiada a morte de uma idosa de Goiânia (GO) que havia tomado a vacina contra a gripe H1N1, diferentemente do que sugerem postagens nas redes sociais (veja aqui). A causa do óbito também não foi o imunizante, mas um infarto agudo do miocárdio, segundo laudo divulgado na época.
Postagens que trazem o vídeo fora de contexto reuniam 123.900 compartilhamentos até a tarde desta sexta-feira (5) no Facebook e foram marcadas com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).
Circula como se fosse atual nas redes sociais um trecho de reportagem da Rede Record exibida em 19 de abril de 2018 sobre a morte de uma idosa em Goiânia (GO) logo após uma injeção da vacina contra a gripe H1N1.
A reportagem completa mostra que Maria Batista da Silva, 71, começou a passar mal quando retornava do posto de saúde Ville de France, teve um mal súbito e morreu enquanto ainda recebia os primeiros socorros. Na época, a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia divulgou que o laudo de óbito não apontou relação com a vacina, mas um infarto agudo do miocárdio. A reportagem da Record informa ainda que a idosa tinha problemas cardíacos e já havia tomado a mesma vacina outras vezes, sem complicações posteriores.
Ao jornal O Popular, Paulo Henrique da Silva, filho da idosa, comentou que não relacionava a causa do óbito com a vacina contra a gripe já que nunca tinha sofrido problemas antes.
Instituições como a SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Ministério da Saúde não elencam ataques cardíacos entre os possíveis efeitos adversos da vacina contra a gripe. As principais manifestações são dor, vermelhidão e endurecimento da pele, que acometem de 15% a 20% dos vacinados. Febre, mal-estar e dor muscular podem ocorrer entre 1% e 2% dos imunizados.
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Não há estudos que mostram maior letalidade ou imunidade a vacinas de variante do novo coronavírus
*Reprodução Agência Lupa.
Circula pelas redes sociais uma imagem com diversas informações sobre a variante do novo Coronavírus identificada em Manaus, no Amazonas. O texto afirma que o vírus é “70% fatal” e que as vacinas contra a Covid-19 que estão sendo aplicadas nos brasileiros não serão capazes de imunizar a população contra essa nova variante. O conteúdo passou por verificação da Agência Lupa.

“O vírus da Covid que está em Manaus (…) é 70% fatal”
Texto em imagem que, até às 13h do dia 04 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 100 pessoas no Facebook
Os pesquisadores da Fiocruz Amazônia ainda estão desenvolvendo uma pesquisa para averiguar a letalidade da variante do novo coronavírus que surgiu em Manaus. Contudo, até o momento, nenhum dado oficial foi divulgado. Sendo assim, qualquer informação que circula pelas redes sociais sobre esse assunto deve ser analisada com cautela.
(…)
“E a vacina que tomamos não será imuni [a variante do novo coronavírus]”
Texto em imagem que, até às 13h do dia 04 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 200 pessoas no Facebook
Até o momento, não é possível afirmar que as vacinas contra o novo coronavírus aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não são capazes de imunizar a população contra essa nova variante. Os institutos responsáveis pelo desenvolvimento desses imunizantes ainda estão realizando pesquisas sobre o assunto.
A assessoria de imprensa do Instituto Butantan – que produz a CoronaVac – informou que está realizando estudos em relação à variante identificada no Amazonas, ao mesmo tempo em que a Sinovac avalia variantes encontradas na Inglaterra e na África do Sul. A Fiocruz – que está produzindo a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca – disse que encaminhou amostras da variante para a Universidade de Oxford. Até o momento, o resultado da análise não foi divulgado.
Em janeiro, dados sobre duas vacinas – Novavax e J&J – mostraram que os imunizantes têm menor eficácia contra algumas variantes do novo Coronavírus, como a surgida na África do Sul e no Reino Unido. Porém isso não significa que a pessoa que recebeu a vacina esteja completamente desprotegida e capaz de ser infectada pelo vírus. Mesmo assim, as duas empresas já começaram a trabalhar na formulação de uma nova vacina para barrar a disseminação deste vírus.
Por telefone, o coordenador do Instituto Questão de Ciência e doutor em Microbiologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), Luiz Gustavo de Almeida, lembrou que algumas vacinas que usam a tecnologia do vírus inativado – como é o caso da CoronaVac, por exemplo – ensinam o sistema imunológico a reconhecer outras estruturas do coronavírus além da proteína spike, o que pode possibilitar uma resposta imunológica correta do organismo mesmo se houver mudança nessa característica.
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Pré-cadastramento para vacinação contra Covid-19 encerrado
Os profissionais que se pré-cadastraram para vacinação contra a Covid-19, que ocorre neste sábado (6), das 9 às 17h, serão imunizados de acordo com a quantidade de doses disponibilizadas pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre e seguindo o critério de idade, sendo priorizados os profissionais com 60 anos ou mais.
A iniciativa é uma parceria da SMS com entidades da Saúde e busca ampliar a vacinação àqueles que não atuam na linha de frente de combate ao vírus.
Aguarde mais informações. Fique atento aos canais oficiais do Cremers!
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É falso que vacinas contra Covid-19 causaram a morte de 181 pessoas nos Estados Unidos
*Reprodução Agência Lupa.
Circula pelas redes sociais que vacinas contra a Covid-19 causaram a morte de 181 pessoas nos Estados Unidos. A Agência Lupa checou a informação.
“181 americanos morreram em razão das vacinas contra covid em apenas duas semanas”
Texto em post publicado no Facebook que, até as 15h30 do dia 5 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado 121 compartilhamentos
A informação analisada é falsa. Até o momento, não foi registrada nenhuma morte causada por vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos. O relatório mais recente do Sistema de Notificações de Reações Adversas a Vacinas (Vaers, na sigla em inglês), administrado pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e pelo Food and Drug Administration (FDA) dos EUA, indica que até 18 de janeiro foram registrados 197 óbitos por causas diversas de pessoas que tomaram a vacina. Essas mortes, diz o relatório, “não devem ser assumidas como causalmente relacionadas à vacinação” (página 33). O relatório foi divulgado em 27 de janeiro.
A maior parte dos óbitos registrados no período — 129 — ocorreu entre residentes de centros de cuidados intensivos, como lares para idosos, por exemplo, onde a taxa de mortalidade é alta em razão da idade ou de comorbidades. Isso quer dizer, de acordo com o documento, que apesar da vacinação, a morte dessa população por diferentes causas é um evento esperado. O Vaers também documentou mortes de pessoas que moram em residências comunitárias e têm menos de 65 anos: 28 no total. Dentre esses casos, 11 tiveram a autópsia concluída e o exame indicou, na maioria das vezes, problemas cardíacos.
Esses dados foram rastreados pelo V-safe, um aplicativo de monitoramento criado pelo CDC por meio do qual pessoas que foram vacinadas podem trocar mensagens, receber lembretes e fornecer informações sobre eventuais reações pós-vacina.
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Cremers vacinará médicos neste sábado
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre está estruturando a vacinação contra a Covid-19 de profissionais da área da Saúde residentes na capital. Para os médicos, será organizado um posto avançado de vacinação na sede do Cremers (Rua Bernardo Pires, 415, Santana). O número de doses é limitado e há necessidade de cadastramento prévio (manifestação de interesse). A imunização será no sábado (6), das 9h às 17h.
A vacinação será exclusivamente para médicos residentes em Porto Alegre e, de preferência, que não façam parte de Corpo Clínico hospitalar. Médicos com mais de 60 anos terão prioridade, conforme os critérios de imunização estabelecidos pela Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Para realizar o pré-cadastramento, é necessário enviar um e-mail para cadastrovacina@cremers.org.br até as 12h de sexta-feira (5). Os médicos interessados receberão automaticamente um e-mail de resposta com formulário a ser preenchido com CPF, CRM, nome completo, data de nascimento e endereço residencial. No dia da vacinação, é indispensável a apresentação da carteira profissional.
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Cremers lança novo canal para esclarecimento de informações sobre Saúde
O volume de informações relacionadas à Saúde Pública e o compartilhamento de notícias falsas se intensificou no Brasil durante a pandemia de Covid-19. Para auxiliar no combate às fake news, o Cremers criou um novo canal exclusivo para o esclarecimento de informações sobre temas da Saúde, que pode ser utilizado como fonte para os médicos e a população. CLIQUE AQUI e conheça a página.
Desde meados dos anos 2000, o compartilhamento de notícias falsas por meio da internet é uma prática generalizada na sociedade, principalmente quando aplicativos de mensagens são utilizados como fontes de notícias. O novo canal contará com a colaboração dos serviços da Ouvidoria e das 54 Câmaras Técnicas do Cremers, com o objetivo de atender às necessidades de esclarecimentos técnicos especializados sobre assuntos da atividade médica.
Além disso, no site do Conselho, serão compartilhadas informações já verificadas por veículos de checagem reconhecidos pela Rede Internacional de Checagem de Fatos (International Fact-Checking Network), composta pelos principais grupos de comunicação e organizações independentes.
Como funciona
Na página, que pode ser acessada em cremers.org.br/fake-news, todos poderão encaminhar dúvidas e questionamentos por meio de formulário on-line. As informações serão reunidas e esclarecidas pelo Cremers. O usuário deve incluir informações básicas como nome, e-mail, município, estado, profissão e a informação que gostaria de checar. Os profissionais do Conselho buscarão respaldo técnico sobre o assunto para formalizar esclarecimentos.
Os principais conteúdos sobre Saúde já verificados por agências de checagem e os respondidos pelo Cremers serão publicados no site, contribuindo para o compartilhamento e a divulgação de informações verídicas.
Atenção
O novo serviço não substitui as atribuições da Ouvidoria e das Câmaras Técnicas do Conselho. Para orientações sobre atos médicos, denúncias sobre conduta profissional e esclarecimentos de dúvidas sobre o Código de Ética Médica, é possível entrar em contato com a Ouvidoria pelo telefone (51) 3300-5400, opção 5, ou pelo e-mail ouvidoria@cremers.org.br. As Câmaras Técnicas continuam trabalhando para orientar os médicos e a população sobre assuntos específicos das especialidades, emitindo pareceres técnicos.
ACESSE A PÁGINA AQUI
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É falso que exame RT-PCR gera 97% de falsos positivos para Covid-19
*Reprodução de Aos Fatos.
Em vídeo que circula nas redes sociais, um médico distorce e falseia informações ao alegar que exames RT-PCR geram 97% de diagnósticos falsos positivos para Covid-19 e que estudos na Itália e nos Estados Unidos indicaram que o total de mortes pela doença tem sido superestimado. O vídeo com as alegações enganosas circula em aplicativos de mensagem, como o Telegram e o WhatsApp. A gravação também circula no YouTube e no Facebook, onde reunia ao menos 3.000 compartilhamentos, nesta quarta-feira (3), e foi marcada com o selo FALSO na ferramenta de verificação da rede social (saiba como funciona).
O que foi checado:
1. Não é verdade que um estudo apontou que testes RT-PCR geram 97% de falsos positivos. O médico distorce, no vídeo, uma carta publicada em um periódico científico que aborda a medição da carga viral nas amostras de exames, não a confiança do resultado em si. Hoje, pesquisadores estimam que em torno de 5% dos diagnósticos resultam em falsos positivos;
2. Um centro de pesquisas de Oxford não concluiu que só 12% das mortes por Covid-19 na Itália foram de fato causadas pelo vírus. Essa afirmação é uma versão distorcida da declaração dada por um outro médico, da Itália, no ano passado. Ele explicou depois que os demais óbitos também foram considerados como decorrentes do Coronavírus, ainda que os pacientes tivessem apresentado outras enfermidades;
3. O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) de fato apontou em levantamento, de agosto do ano passado, que 6% das mortes registradas por Covid-19 nos Estados Unidos até aquele momento haviam ocorrido exclusivamente em razão do vírus. O órgão do governo americano, entretanto, também considerou que os demais óbitos foram desencadeados por condições associadas à infecção pelo Sars-CoV-2.
O texto citado pelo médico no vídeo não é um estudo, mas uma carta enviada ao periódico por um grupo de cientistas, entre eles Didier Raoult, autor de um estudo que apontava a eficácia da cloroquina contra Covid-19, e que depois reconheceu erros na análise. À revista, eles afirmaram que uma análise de cultura celular em laboratório, a partir de exames RT-PCR positivos, indicou que apenas 3% dos testes ficaram positivos após análises de mais de 35 ciclos – o que não tem nada a ver com 97% dos diagnósticos serem falsos.
O ciclo é uma variável considerada dentro dos exames RT-PCR chamada Ct (do inglês, Cycle Threshold). Ela pode categorizar de maneira mais ampla a concentração do material genético do vírus na amostra do paciente. Isso é medido pela quantidade de vezes que a amostra é analisada em laboratório até que o vírus seja detectado: quanto menos ciclos até a detecção do Sars-CoV-2, maior pode ser a carga viral do paciente. Se mais ciclos forem empregados até o diagnóstico positivo, menor seria a quantidade de vírus no organismo.
Portanto, os cientistas afirmam na carta que, ao submeterem todas as amostras positivas a mais de 35 ciclos, somente 3% seguiam dando positivo para o Sars-CoV-2. Não é mencionado em nenhum momento que isso seria um indicativo de que os demais 97% representam resultados falsos positivos nem que o Ct é capaz de medir isso exatamente.
“A diferença [entre as amostras analisadas] é que alguns tinham uma alta carga viral e, portanto, ainda eram contagiosos, e os outros tinham uma baixa carga viral, ou seja, menos contagiosos”, afirmou ao Aos Fatos Laura de Freitas, farmacêutica, doutora em biociências e biotecnologia e pesquisadora da USP (Universidade de São Paulo). “A [relação entre] número de ciclos e resultados positivos não se refere aos casos em si, mas à capacidade de contágio. Também não há comprovação nesse sentido, e o que foi apresentado [na carta] não impacta em nada a contagem de casos positivos”, completou.
Um artigo de pesquisadores americanos publicado em setembro de 2020 como preprint, ainda não revisado por pares, indicou que o índice de falsos positivos em exames de RT-PCR para Covid-19 pode girar em torno de 2,3 e 6,9%. Esse intervalo compreende os 5% de diagnósticos falsos apontados por José Eduardo Levi, virologista do grupo Dasa, uma das principais redes de medicina diagnóstica do Brasil, ao Aos Fatos, por e-mail.
Acesse aqui a publicação original na íntegra.
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