
Representantes do Sindicato da Polícia Penal do Rio Grande do Sul participaram, na manhã desta sexta-feira (28), de audiência com a conselheira Silzá Tramontina, coordenadora da Câmara Técnica de Psiquiatria do Cremers. Eles manifestaram preocupação com o aumento significativo de casos de transtorno mental na corporação. “Nós estamos com 10% do efetivo afastado por problemas psicológicos e, no ano passado, foram registrados nada menos do que seis suicídios de colegas”, afirmou o presidente do Sindppen, Cláudio Dessbessell.

Acompanhado por dois diretores do sindicato, Dessbessell pediu a colaboração do Cremers no sentido de solicitar a alteração de alguns dos critérios estabelecidos pela Secretaria Estadual de Justiça para retomada das atividades daqueles policiais afastados por distúrbios psicoemocionais. “O ideal seria que, tão logo sejam liberados ao trabalho, pelos psiquiatras, estes profissionais reintegrados já pudessem ter acesso à sua arma acautelada (arma de trabalho que é recolhida quando o agente acusa um caso de transtorno mental), mas não é o que acontece. E, nesse intervalo de tempo entre o retorno ao trabalho e a avaliação feita por uma psicóloga designada pelo estado, os servidores têm que atuar desarmados dentro dos presídios”, explicou.
A conselheira solicitou que o sindicato encaminhe suas demandas por escrito para serem avaliadas na próxima reunião do colegiado. “Fiquei bastante impressionada com os dados trazidos pelo Sindppen. Com certeza, vamos procurar contribuir com sugestões que possam ser integradas ao processo de avaliação psiquiátrica dos profissionais que retornam às atividades, de forma a mitigar os efeitos de um trabalho que, por si só, já é extremamente estressante”, antecipou Silzá Tramontina.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger