O edital do Programa Mais Médicos, lançado no dia 1º de julho pelo Ministério da Saúde, perpetua um descalabro. Novamente, o Governo Federal trata a revalidação de diploma estrangeiro, prevista em lei, como mero acessório aos candidatos que queiram participar.
O documento autoriza a inscrição de médicos formados no Brasil ou com diploma revalidado, mas também permite a entrada de brasileiros e estrangeiros com o que chama de “habilitação para exercício da Medicina no exterior”.
O Rio Grande do Sul é o segundo estado com mais vagas no edital. São 276 vagas em cidades como Erechim, Passo Fundo, Santa Maria e outros grandes centros.
Some-se a esse contingente os profissionais formados por universidades precárias abertas nos últimos anos, muitas sem sequer hospital-escola, e está cavado o poço de desgraça em que querem mergulhar a saúde dos gaúchos.
A atenção primária tem que ser assistida por médicos capacitados, que resolvam os problemas das pessoas.
Não podemos aceitar médicos sem revalidação. É o mínimo necessário para garantir que a população tenha um atendimento aceitavelmente qualificado.
Porto Alegre, 5 de julho de 2024.
Dr Eduardo Neubarth Trindade
Presidente do Cremers