O corregedor Carlos Isaia Filho e o coordenador jurídico, Victor Hugo Neto, representaram a diretoria do Cremers, na tarde desta quarta-feira (27), em reunião sobre a expansão dos cursos EAD, na sede do Ministério Público Federal (MPF).
Durante o encontro, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Rio Grande do Sul (CAU/RS) entregou um ofício com argumentos sobre a inadequação da graduação na modalidade de Ensino a Distância em suas áreas de ensino e formação, podendo ocasionar riscos para a sociedade. Além do Cremers, também assinam o documento os Conselhos de Engenharia e Agronomia (CREA-RS), Enfermagem (COREN-RS), Farmácia (CRF/RS) e Psicologia (CRP-RS).
O objetivo, segundo o corregedor do Cremers, é buscar um estudo mais aprofundado sobre a expansão e viabilização dos cursos de graduação, para que não coloque em risco a formação acadêmica dos futuros profissionais: “Os conselhos ficam em uma posição delicada, visto que não possuem competência para avaliar um diploma de graduação, somente conceder o registro profissional ao aluno graduado, mesmo que na modalidade EAD”, explica.
Outra preocupação dos Conselhos são os professores e a capacidade técnica dos docentes que lecionam nessa modalidade, visto que nem sempre há qualidade e a competência para que possa formar profissionais aptos a exercer profissão de forma ética e responsável.
O curso de Medicina, por exemplo, possui mais de 70% do seu currículo composto por atividades práticas, como laboratórios, hospitais, salas de cirurgia, etc. Por isso, é preciso avaliar quais disciplinas podem ser ministradas da forma EAD, sem que comprometa o ensino e a formação dos profissionais.
O corregedor explica a preocupação do Cremers com a expansão dessa modalidade de ensino: “Não está claro como o EAD está sendo apresentado nos cursos de Medicina. Essa avaliação cabe ao Ministério da Educação. Como Conselho, não conseguimos avaliar a capacidade dos docentes que ministram aulas nessa modalidade”, afirma.
De acordo com o procurador regional dos Direitos do Cidadão, Enrico Rodrigues de Freitas, o momento é de receber as reivindicações e tentar um diálogo com o MEC, para que a pauta possa ser resolvida de forma democrática. “Recebemos o ofício, vamos autuar como procedimento e fazer uma tratativa dos apontamentos, através do diálogo”, explica.