

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) constatou, presencialmente, em nova vistoria realizada no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), na segunda-feira (9), o agravamento da já anunciada desassistência no atendimento de pronto-socorro em Canoas.
O Departamento de Fiscalização (Defis) entregou relatório à Diretoria do Conselho ainda no mesmo dia apontando falhas graves. Foram constatadas escalas incompletas e subdimensionamento de médicos, principalmente nas especialidades.
A equipe do Defis esteve no município da Região Metropolitana para checar as informações apresentadas pela Prefeitura de Canoas mediante decisão do juiz Sandro Antônio da Silva, da 3ª Vara Cível de Canoas. A determinação foi de um prazo de até 48 horas seguidas da última audiência, realizada na sexta-feira (6), para apresentação das escalas médicas completas e comprovação de contratação dos profissionais.
“Uma vez que há lacunas e dificuldades que se repetem, o Cremers continuará cumprindo seu papel, o que só reforça que se torna cada vez mais necessária a intervenção do Estado para que a situação se resolva na maior brevidade possível e a população não seja ainda mais prejudicada”, alarmou o presidente Régis Angnes.
O vice-presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, reforçou que a ação contínua do Cremers tem sido essencial para que “medidas sejam tomadas em benefício dos médicos e da população, que não pode ficar sem assistência. Esperamos que a ação civil pública provocada pelo Conselho tenha êxito, e que o Estado intervenha na saúde de Canoas, para não colocar em risco as pessoas de mais de 150 municípios”.
Um ano sem melhorias
A situação de transferência dos serviços de Urgência e Emergência do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC) é acompanhada pelo Cremers há mais de um ano, quando o local precisou ser evacuado durante as enchentes. A gestão do atendimento hospitalar no município, considerado essencial para pacientes de um terço de todo o Rio Grande do Sul, foi vistoriada em pelo menos três oportunidades neste ano.
“O que se vê em Canoas, neste momento, é desorganização. São medidas intempestivas, uma gestão que não presta a devida assistência e que atrapalha não somente Canoas, mas o andamento de atendimentos para todos os outros municípios para os quais é referência”, advertiu a conselheira Maria Fernanda Detanico, que acompanha a situação na Fiscalização da autarquia.
O Cremers solicita a intervenção do Governo do Estado na gestão da saúde em Canoas desde o dia 6 de maio.
Texto: Letícia Bonato
Edição: Sílvia Lago