O médico cardiologista Gilberto Lahorgue Nunes realizou, no último dia 4, no Hospital Divina Providência, em Porto Alegre, um procedimento cardíaco inédito no Rio Grande do Sul.
Conhecida como ablação da artéria septal, a técnica não invasiva é utilizada para tratar pacientes diagnosticados com miocardiopatia hipertrófica forma obstrutiva, uma das principais causas de morte súbita em atletas e jovens adultos.
O médico explica que o tratamento convencional por cateter envolve a injeção de álcool absoluto nos vasos que irrigam a porção hipertrofiada do septo interventricular. Apesar de eficaz, o uso deste agente está associado a algumas complicações, como o surgimento de arritmias ventriculares graves ou de bloqueios cardíacos necessitando o implante de um marcapasso). Além disto, por ser um agente tóxico, a quantidade de álcool absoluto a ser injetada deve ser pequena o que frequentemente leva a uma necessidade de repetição do procedimento para completar o tratamento.
A nova técnica simplifica o processo pois usa uma substância embolizante não-tóxica chamada Onix e que é utilizada rotineiramente na embolização de aneurismas cerebrais. Consequentemente, o risco de complicações (como arritmias e bloqueios) durante o procedimento é reduzido de maneira expressiva. Além disto, não existe a limitação do volume deste agente a ser injetado durante uma sessão, permitindo a embolização de múltiplos vasos durante o um único procedimento.
Segundo o especialista, a inovação e a tecnologia estão colaborando para uma Medicina menos invasiva, com risco reduzido de complicações, além de menor tempo de recuperação e internação. “Temos hoje uma Medicina preocupada com o conforto do paciente, com um menor grau de agressividade e maior segurança”, finaliza.