*Reprodução Agência Lupa.
Circula pelas redes sociais uma imagem com diversas informações sobre a variante do novo Coronavírus identificada em Manaus, no Amazonas. O texto afirma que o vírus é “70% fatal” e que as vacinas contra a Covid-19 que estão sendo aplicadas nos brasileiros não serão capazes de imunizar a população contra essa nova variante. O conteúdo passou por verificação da Agência Lupa.
“O vírus da Covid que está em Manaus (…) é 70% fatal”
Texto em imagem que, até às 13h do dia 04 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 100 pessoas no Facebook
Os pesquisadores da Fiocruz Amazônia ainda estão desenvolvendo uma pesquisa para averiguar a letalidade da variante do novo coronavírus que surgiu em Manaus. Contudo, até o momento, nenhum dado oficial foi divulgado. Sendo assim, qualquer informação que circula pelas redes sociais sobre esse assunto deve ser analisada com cautela.
(…)
“E a vacina que tomamos não será imuni [a variante do novo coronavírus]”
Texto em imagem que, até às 13h do dia 04 de fevereiro de 2021, tinha sido compartilhado por 200 pessoas no Facebook
Até o momento, não é possível afirmar que as vacinas contra o novo coronavírus aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) não são capazes de imunizar a população contra essa nova variante. Os institutos responsáveis pelo desenvolvimento desses imunizantes ainda estão realizando pesquisas sobre o assunto.
A assessoria de imprensa do Instituto Butantan – que produz a CoronaVac – informou que está realizando estudos em relação à variante identificada no Amazonas, ao mesmo tempo em que a Sinovac avalia variantes encontradas na Inglaterra e na África do Sul. A Fiocruz – que está produzindo a vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca – disse que encaminhou amostras da variante para a Universidade de Oxford. Até o momento, o resultado da análise não foi divulgado.
Em janeiro, dados sobre duas vacinas – Novavax e J&J – mostraram que os imunizantes têm menor eficácia contra algumas variantes do novo Coronavírus, como a surgida na África do Sul e no Reino Unido. Porém isso não significa que a pessoa que recebeu a vacina esteja completamente desprotegida e capaz de ser infectada pelo vírus. Mesmo assim, as duas empresas já começaram a trabalhar na formulação de uma nova vacina para barrar a disseminação deste vírus.
Por telefone, o coordenador do Instituto Questão de Ciência e doutor em Microbiologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), Luiz Gustavo de Almeida, lembrou que algumas vacinas que usam a tecnologia do vírus inativado – como é o caso da CoronaVac, por exemplo – ensinam o sistema imunológico a reconhecer outras estruturas do coronavírus além da proteína spike, o que pode possibilitar uma resposta imunológica correta do organismo mesmo se houver mudança nessa característica.