O Cremers, como entidade defensora da medicina e da ética médica, não concorda com a nomenclatura adotada pela Frente Parlamentar em Defesa da Gestante e Contra a Violência Obstétrica, lançada na quarta-feira (7), na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. O uso do termo ‘violência obstétrica’ é inadequado, e deve ser abolido, conforme proposta do Ministério da Saúde publicada em maio passado.
A violência a que pacientes e médicos são submetidos é decorrente da crise institucionalizada na saúde brasileira, onde faltam investimentos e gerenciamento. O resultado são maternidades precárias, médicos e funcionários sem condições de trabalho, sem segurança, até mesmo sem salário – uma série de fatores que comprometem o atendimento às gestantes, seus filhos e suas famílias.
O obstetra não pode ser culpado pela crise nem acusado de prejudicar ou causar dano intencionalmente. O uso do termo ‘violência obstétrica’ não só faz uma personalização injusta contra a figura do médico, mas tem conotação inadequada, não agrega valor e prejudica a busca do cuidado humanizado no continuum gestação-parto-puerpério.
Assim, o Cremers recomenda a abolição desse termo, ratificando seu compromisso de lutar continuamente pela qualificação do atendimento e em defesa das pacientes, de seus bebês e dos médicos.