O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) considerou um equívoco a autorização dada pelo Ministério da Educação (MEC) para a instalação de um novo curso de Medicina na Cesuca, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A instituição pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional. A aprovação partiu da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior. Esta é a segunda dada ao mesmo grupo, no Rio Grande do Sul.
Em outubro, foram autorizadas outras 60 vagas para o curso de Medicina no Centro Universitário da Serra Gaúcha (FSG), em Caxias do Sul. Conforme a instituição, com essa nova oferta, a Cruzeiro do Sul atinge 1.019 vagas para cursos de Medicina, distribuídas em: São Paulo/SP (276 vagas), Curitiba/PR (169), João Pessoa/PB (140), Franca/SP (100), Pinhais/PR (154), Itu/SP (60), Caxias do Sul/RS (60) e Cachoeirinha/RS (60).
“Não há qualquer justificativa, à luz da demanda de saúde, para a criação de mais esse curso de Medicina na Região Metropolitana. Sequer há uma instituição hospitalar aparelhada para oferecer conhecimento técnico e funcionar como hospital-escola”, afirma o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade. Os leitos utilizados para justificar a abertura do novo curso estão espalhados pelos hospitais da região, o que é considerado uma maneira de burlar a exigência do próprio MEC. “Justamente no momento em que estamos discutindo a qualidade da formação médica, o próprio Ministério da Educação conspira contra esse objetivo”, completa o presidente do Conselho.
Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Sílvia Lago
