

Com o agravamento da crise de saúde em Canoas, diante da rescisão do contrato entre Prefeitura e administração do Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) fez nova fiscalização no Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), nesta sexta-feira (6).
A equipe do Conselho solicitou documentos e comprovações in loco à gestão da instituição. A vistoria é uma das finalidades da autarquia e visa a acompanhar a correta transição no atendimento médico para o HNSG, assegurando que não há risco de desassistência à população da Região Metropolitana.
O Cremers manifestou pedido de intervenção do Estado, no dia anterior à vistoria, conforme a calamidade já constatada na saúde pública do município. O vice-presidente Eduardo Neubarth Trindade alertou para a precariedade nos serviços de atendimento com a considerada “rescisão unilateral” na administração do HPSC.
Ausência de referência para Trauma
Dados sobre os atendimentos em Traumatologia estiveram entre questionamentos feitos e documentos solicitados pelo Departamento de Fiscalização (Defis) do Cremers, uma vez que o HPSC é referência nos serviços de Urgência e Emergência e porta de entrada em Traumatologia. A rotina recente de realocação dos pacientes deve absorver, na integralidade, o atendimento do HPSC.
“O HPSC não está mais aqui no momento. Aqui, é o Graças habilitando uma porta aberta para o Trauma. Passamos por uma intervenção administrativa da Prefeitura e estamos fazendo tudo da forma mais correta possível”, afirmou a diretora Daniela Oliveira, acompanhada do diretor técnico Aristides Chicarolli Neto.
A documentação entregue ao Defis será anexada ao relatório que deve ser enviado à Diretoria do Conselho em breve.
Confira as informações solicitadas pelo Cremers:
1. Escalas médicas referentes ao mês de junho, incluindo Traumatologia e UTIs Trauma e Geral;
2. Composição de médicos especialistas nas escalas;
3. Posição de estoque da Farmácia;
4. Posição se HNSG vai seguir como referência para Trauma aos mais de 150 municípios do estado;
5. Lista de espera para cirurgias;
6. Relatório do Gerint – Quantitativo de pacientes aguardando cirurgia de Trauma;
7. Orientação estabelecida com a regulação estadual, se houve alteração nos fluxos;
8. Composição do Corpo Clínico e previsão de contratação de médicos, caso se mantenha como referência em Trauma;
9. Ocupação das UTIs;
10. Situação da Emergência.
Texto e fotos: Letícia Bonato
Edição: Sílvia Lago