O Cremers promoveu, na quinta-feira (30), cerimônia de entrega das Carteiras Profissionais e acolhimento aos novos médicos do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Cerca de 80 pessoas, entre médicos e familiares, comemoraram o momento que simboliza a primeira etapa da jornada profissional dos bacharéis em Medicina. Foram entregues 33 carteiras. O evento contou com apresentação de acolhimento da conselheira Maria Fernanda Oliva Detanico e palestra do corregedor Carlos Isaia Filho sobre a conduta ética dos médicos, suas aspirações, repercussões e consequências no exercício da profissão.
O presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade, deu boas-vindas aos novos colegas. “É uma satisfação recebê-los. Vocês, agora, estão em uma das profissões mais recompensadoras do mundo, mas também extremamente desafiadora: a Medicina”, destacou. “O Cremers não é um órgão de classe, mas de defesa dos bons médicos e da boa medicina. Muitas vezes, as pessoas confundem o nosso propósito. Não temos pauta sindical, temos aspirações muito maiores. Fomos delegados pelo Estado para defender o que é melhor para os nossos pacientes”, salientou.
Maria Fernanda Oliva Detanico, que é responsável pela Residência Médica, definiu o Cremers como a ‘casa do médico’. “A função do Conselho é zelar pela boa prática médica. Estamos de portas abertas para sanar suas dúvidas”, disse. Maria Fernanda informou sobre questões operacionais, como atualização do cadastro para estar sempre em dia com as informações do Conselho.
Em sua apresentação, o corregedor Carlos Isaia Filho expôs os princípios da bioética e os aspectos essenciais da prática ética. “O Conselho não é só a ‘casa do médico’, mas a ‘casa ética do médico’. Temos uma equipe de 42 conselheiros que estão ávidos para ajudar, informar e julgar, se necessário. Estamos aqui para orientar o médico e a população, analisar situações, absolver ou punir colegas”, afirmou.
Na Corregedoria, são recebidas, diariamente, uma média de 1,7 denúncias contra a conduta de médicos. Para evitar que esse número cresça, os princípios e as bases para boa relação médico-paciente, médico-médico e médico-equipe foram recomendadas por Isaia Filho.
Empatia na Medicina
O novo médico santa-mariense Marcelo Carvalho Seixas, de 27 anos, teve a percepção de que seria médico desde pequeno. Além de conviver sob a influência da profissão do pai, que é psiquiatria, ele acompanhou o deslocamento da sua família na busca por atendimento de uma prima, que nasceu com má formação cardíaca, de Santa Maria à Porto Alegre. “Marcou muito, foi uma época muito difícil para a minha família. Na época, quis ser cardiologista, mas agora me interesso mais em especialidades ligadas à cabeça, como neuro e otorrino”, contou.
Um dos maiores desafios de Marcelo é encarar a humanização da Medicina, uma discussão recorrente nos tempos atuais. “O que mais marca minha geração é a cobrança da sociedade por médicos mais humanos e empáticos. Na graduação, isso foi muito focado pelos professores a partir do princípio de que possamos ter perdido alguma coisa com o avanço de métodos diagnósticos e a tecnologia. É um clichê, mas algo muito mais importante pra mim”, afirmou.
O tema é relacionado com a ética na relação médico-paciente. Em 2013, no início de sua formação, Marcelo conta que teve contato com o Cremers. “Foi realizado um simpósio na Furg e lá tive meu primeiro contato com o Código de Ética. É uma aproximação legal com os calouros, acho muito importante”, ressaltou.
No período entre 12 de dezembro de 2019 e 27 de janeiro de 2020, o Cremers recebeu 708 inscrições de novos médicos. No Rio Grande do Sul, são 36,9 milmédicos registrados.