
O vice-presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), Eduardo Neubarth Trindade, foi recebido pelo presidente da Justiça Federal da 4ª Região (TRF-4), desembargador João Batista Pinto Silveira, nesta terça-feira (28), em Porto Alegre.
Trindade apresentou as principais ações do Cremers referentes às atribuições fiscalizatórias da autarquia. Na ocasião, acompanhado do procurador Bernard Netto, também esclareceu sobre a preocupação do Conselho acerca da abertura desenfreada de escolas médicas e da judicialização da saúde no Rio Grande do Sul.
“Contamos com o maior número de médicos da história e esse cenário tem se complicado ainda mais com a pejotização. O município de Canoas, por exemplo, é o terceiro maior PIB do estado e está na calamidade. Os culpados não são os médicos, mas as condições inadequadas de trabalho e a formação sem qualidade do ensino médico”, declarou o vice-presidente.
Analisando a situação, o desembargador declarou “simpatia pela causa. O Cremers é uma das instituições mais legítimas na questão e quer que a formação dos médicos seja minimamente adequada. Esse é um caminho para legitimar a causa no sentido de medidas judiciais”, enfatizou.
Silveira recomendou, ainda, a avaliação do ensino médico como uma das medidas balizadoras da qualidade na formação, a exemplo das provas aplicadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
Abertura de escolas médicas no RS
Hoje, o número de escolas de Medicina no país chega a 390, sendo pouco mais de 100 nas capitais e quase 300 em cidades do interior. São cerca de 43 mil vagas oferecidas – equivalentes ao número de CRMs ativos no RS.
Anualmente, são 30 mil novos formandos. O reflexo disso muitas vezes são médicos despreparados para o atendimento adequado à população.

Texto: Letícia Bonato
Edição: Sílvia Lago
Fotos: Diego Beck




