

Nova fiscalização do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers) sobre as condições para o exercício ético da Medicina no Hospital de Pronto-Socorro de Canoas (HPSC) foi realizada, nesta quinta-feira (24), no Hospital Nossa Senhora das Graças, onde estão sendo realizados os atendimentos de Urgência e Emergência. A segunda-secretária do Cremers, Maria Fernanda Detanico, liderou a comitiva de médicos fiscais, que contou ainda com a presença do representante do Ministério Público em Canoas, Márcio Emílio Lemos Bressani.
Detanico averiguou in loco o indicativo de interdição ética e manifestou preocupação, junto ao promotor de Justiça, O também pelo agravamento da situação devido a iminência das doenças respiratórias que aumentam consideravelmente no inverno. O grupo foi acompanhado pelos gestores do Instituto de Administração Hospitalar e Ciências da Saúde (IAHCS) pelos corredores do hospital.
A comitiva esteve nas Salas Verde e Vermelha, onde foi constatado o cenário de superlotação no atendimento aos pacientes em situação crítica, e nos andares dos Centros Cirúrgico e de Internação para consultar os insumos disponíveis – principalmente antibióticos e analgésicos -, as escalas de plantão e a apresentação dos médicos plantonistas.

Desde maio do ano passado, devido à enchente histórica, a equipe de atendimento médico atua junto ao Hospital Nossa Senhora das Graças e divide a mesma estrutura, uma vez que a unidade do HPSC segue em obras. Uma nova previsão para retorno ao prédio seria outubro de 2025.
A ação de fiscalização do Cremers dará origem ao relatório de reinspeção, que definirá o prazo para cumprimento das exigências já comunicadas em reunião com o IAHCS e Secretaria da Saúde de Canoas, ocorrida no dia 17 de abril, no Cremers. A situação de precariedade para o pleno exercício ético continua acentuada, mesmo com novas respostas comunicadas pela gestão do hospital.
Entre as exigências para a suspensão da possibilidade de interdição ética estava a apresentação de escala completa de especialidades, que contemplasse as necessidades para o atendimento; a apresentação de um plano de contingência da regulação, caso as escalas não fossem demonstradas; a definição de um cronograma de transferência para o prédio definitivo do HPSC; e a regularização no fornecimento de insumos e de um cronograma de pagamento dos quatro meses de salários em atraso. A definição pela interdição ética será avaliada em reunião plenária do Cremers, em data ainda a ser marcada.
Texto: Letícia Bonato
Edição: Sílvia Lago