Em duas décadas, o número de médicos registrados a cada ano pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul quase quadruplicou: saltou de 730, em 2002, para 2.750, em 2022. Os dados são do próprio Cremers.
Segundo o presidente da autarquia, Carlos Sparta, o alto índice demonstra que o Estado está bem assistido: “Temos médicos suficientes para atender toda a população”, afirma.
Sparta destaca ainda que o Rio Grande do Sul conta, atualmente, com 20 cursos de Medicina ativos. “Somos contra a abertura indiscriminada de novas escolas médicas. Não adianta abrir por abrir. É preciso haver critérios. A faculdade tem que ter estrutura. Tem que ter um hospital próprio para que os alunos possam praticar. Tem que ter bons professores, para formar excelentes médicos”, defende.
Entenda o caso – No início do mês (5), terminou a vigência de uma portaria do Ministério da Educação que suspendia a abertura de novas faculdades de Medicina. Com isso, as instituições já podem voltar a solicitar o credenciamento junto ao MEC. A pasta sinalizou que a intenção é abrir novos cursos somente nas regiões em que faltam médicos. No entanto, Sparta lembra que a presença de uma faculdade de Medicina em cidades menores não é suficiente para fixar os médicos no interior. “É preciso haver um plano de carreira que permita aos médicos atender com qualidade, remuneração adequada, acesso à estrutura e possibilidade de aperfeiçoamento profissional”.
Dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) revelam que 43% dos médicos gaúchos estão concentrados em Porto Alegre. A capital é a terceira com o maior índice de profissionais, superada por Vitória (ES) e Florianópolis (SC). Já o Rio Grande do Sul possui 33.630 médicos registrados, correspondendo à quarta maior densidade de médicos no Brasil, atrás do Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.