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Palestrante da segunda etapa do ZH Talks, o presidente da Atitus Educação, Eduardo Capellari, acredita que a má distribuição dos médicos no território brasileiro está por trás da percepção popular de que faltam profissionais no país, apesar dos dados absolutos indicarem que não.
“Apesar de termos mais médicos formados nos últimos anos, ainda existe uma grande concentração nas capitais, e é isso que leva as pessoas a acreditarem que temos um déficit”, afirmou. Capellari ressaltou a complexidade do problema que, em sua visão, não se resume à questão de formar um número suficiente de médicos. Segundo ele, um ponto de preocupação é a abertura de cursos por meio de liminares na Justiça, o que gera insegurança jurídica para os estudantes e distorções na oferta de profissionais de saúde.
Capellari questionou, ainda, as condições de trabalho nas cidades menores, e se a maneira como os cursos são autorizados está adequada para enfrentar os desafios de distribuir profissionais onde estes são necessários.
Após dividir a experiência da Atitus, em especial o investimento em pesquisa e a parceria no Campus Hospital de Clínicas, em Passo Fundo, Capellari concluiu sua participação propondo uma reflexão sobre o desafio de alinhar o ensino às expectativas de uma nova geração de estudantes, cuja inspiração de carreira é fortemente influenciada pelo ambiente digital:
“Qual é o comportamento desta geração que está ingressando hoje nas universidades para cursar Medicina ou outras áreas? Qual é o perfil cultural, de consumo e de expectativas? Mesmo com bolsas, há residências pelas quais ninguém se interessa. Isso não depende apenas de regulamentação. É necessário pensar se a educação que estamos oferecendo está alinhada com os sonhos e valores dos novos tempos”, finalizou.
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Texto: Antônio Bavaresco
Edição: Viviane Schwäger