Uma mulher foi presa em flagrante na sede do Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers) nesta sexta-feira, 15, ao apresentar um diploma falso para obter o registro de médica. A Secretaria Operacional do Conselho, setor responsável pela expedição de documentos dos médicos, identificou a fraude e coordenou uma ação com a Polícia Federal para prender a falsária de 33 anos, que exercia a Medicina no município de Cacique Doble.
A mulher, que é natural do Acre, apresentou diploma de Medicina do Centro Universitário Funorte, de Montes Claros, Minas Gerais. A fraude foi constatada na fase de conferência dos documentos, em que o Cremers verifica, entre outros, a validade do diploma junto às universidades.
Segundo o diploma falso, a formatura teria acontecido em 1º de fevereiro de 2023. No entanto, a mulher, que tem registro do Ministério da Saúde no Programa Mais Médicos, atendia comunidades indígenas em Cacique Doble desde 2017. Na internet, ela se intitula especialista em Saúde da Família e Comunidade. O Cremers irá oficiar o Ministério da Saúde e a Prefeitura de Cacique Doble sobre o caso.
Rede de fraudes
Em contato com outros Conselhos Regionais de Medicina (CRMs), foram identificados mais nove diplomas falsos da mesma universidade. Os documentos foram usados em tentativas de obter registro de médico na Bahia, Maranhão, São Paulo e Tocantins. O grupo chegou a criar um e-mail falso da universidade para enviar a ata da colação de grau aos CRMs.
No início da semana, o Cremers havia identificado mais uma pessoa que apresentaria diploma falso para solicitar o registro, mas acabou desistindo. A fraude foi denunciada à Polícia Federal.
Registro médico
Todos os médicos devem ter registro no CRM para atuar legalmente no estado em que desejarem. Sempre que um médico solicita o registro, os CRMs fazem uma série de verificações da documentação apresentada, começando pelo diploma. Há uma exceção aos profissionais que atendem pelo Programa Mais Médicos: eles recebem um registro do Ministério da Saúde (um número de RMS) e, assim, evadem a fiscalização dos CRMs. Esse registro diferenciado passou a ser feito quando o Cremers se recusou, em 2013, a registrar intercambistas do programa sem a documentação adequada.